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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Destino

Não vou falar do valor
da constante de Planck
na fórmula que determina
a energia dos fotões
que incidem no teu 
rosto de menina.
Não vou dizer nada
tão irracional como
a base de um 
logaritmo (paradoxalmente?)
natural.
Se rodasses numa festa
a dançar, olharia primeiro
para ver se estavas descalça
e depois talvez me lembrasse
das espirais mais complexas
do ADN. Será que a tua 
boca sabe com precisão
o perímetro da minha?
Não vou falar de nada disto.
Apenas da flecha arremessada
que como a promessa falhada
julgamos poder remediar
o destino.
Se eu soubesse como 
construir uma máquina do tempo
falar-te-ia da constante de Planck,
dos logaritmos naturais, 
das espirais do nosso ADN 
misturadas naquele 
último beijo. 



PedRodrigues

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