Ela tinha esse jeito que te fazia meter em causa tudo aquilo que achavas normal, comum, mundano. Esse jeito que te fazia sentir que amá-la seria o maior erro da tua vida. Há mulheres que parecem esculpidas por uma mão divina, sem falhas, sem um único cabelo fora do lugar; que falam bem, atrás de sorrisos de capa de revista, e poses perfeitas. E depois existe ela. Ela rói as unhas, usa fatos de treino, e cabelo apanhado, não segue o status quo e mete tudo em causa. Consegue aguentar a bebida, e não precisa que lhe paguem seja o que for. Uma maria-rapaz, uma mulher de armas, o que lhe quiserem chamar. Bela, mas não perfeita. Uma fora da lei, sempre contra a corrente. Apaixonada pelo interior das pessoas, pelo intelecto. Esse tipo de beleza que raramente desaparece. Ela tinha esse jeito dela, que te relembrava que a vida é feita de erros e as regras valem a pena ser quebradas. E o incomum, o imperfeito, é o lugar certo onde morar. Ela tinha esse jeito que fazia tudo valer a pena. Ela valia a pena.
PedRodrigues
...ela era a Maria.
ResponderEliminarMaria que não vai com as outras.
Maria que de(mora) no abraço.
Maria que gosta de a(mar).
Maria...