Um dia sentas-te para escrever, mas nada parece fluir. Nem o sangue parece querer abandonar o coração; nem a luz do candeeiro parece querer iluminar as folhas amarelas do caderno; nem a música parece querer fazer a mão dançar. E olhas para o imenso vazio da parede à tua frente, como que pedindo algum tipo de ajuda. Ela não te responde porque, ao que parece, as paredes são peritas em guardar segredos.
A lista de reprodução continua a avançar, e algumas músicas fazem-te recordar outros tempos: a memória é uma coisa danada, e por mais caixas que feches, por mais portas que tranques, há sempre algo que se escapa, algum fragmento que acaba por percorrer todo o teu corpo, e às vezes é chorado, ou gritado para as paredes.
Do lado de fora a cidade continua a seguir o seu ritmo citadino, com barulhos de ambulâncias, e outras coisas urgentes. As árvores preparam as suas copas para a tempestade. Não a parecem temer. Sabem que têm raízes fundas que as prendem ao chão. E por mais agreste que o Inverno seja, acabarão por florir na Primavera. Talvez seja esta a metáfora que precisava para entender este sorvedouro que trago por dentro. Tenho de aprender a viver na tempestade, como as árvores. Sem medo. Mesmo que o passado. Mesmo que os fantasmas, ou os estilhaços de outros amores. Mesmo que o mundo. E as paredes sabem a área certa do meu sorriso. O segredo é esse: no silêncio, todas as vozes se destacam.
PedRodrigues
(...)e assim como as árvores,tu estás, todos nós estamos preparados.
ResponderEliminarQuando tu menos espera, acontece.
Acontece o que for para acontecer.
Na hora certa...tu sabes,sentes.
No silêncio das horas...
No silêncio dos olhares...
No silêncio do tempo...
Não só as vozes se destacam, mas as batidas do teu coração.
Maria
Este comentário não deverá ser publicado...pois é apenas um sonho que estou a partilhar contigo...podes achar bizarro,engraçado ou o que quiseres...mas preciso contar a ti.
ResponderEliminar"Noite passada,depois de ler um bom livro, cheguei a adormecer na sala...e sonhei que eu estava a chegar em um sítio onde tu estavas rodeado de árvores, flores e pessoas ,a assinar livros...estava muito frio,eu estava com casaco e cachecol...a tentar me aproximar de ti...no meio de tantas pessoas.
Quando finalmente chego e tu a perguntar meu nome...acho que para escrever...e eu a ficar parada...por uns instantes...acabo por sussurrar algo e a correr...sem direção...a chorar...e assim...a acordar sem entender com alguém a me chamar...
--perdão,desconsidere este sonho maluco...(ai que vergonha...)
Maria(:
Nem às paredes confesso-- Já conheceste a música de um antigo cantor do Brasil, Nelson Gonçalves?
ResponderEliminarComo.professora de música e musicista, tenho a obrigação de saber.
Até. ..
Maria
Nossa Amália também esteve a cantar...
ResponderEliminar-Max a escrever...meu querido avô que o diga.
Oh céus...tu publicaste meu sonho?
ResponderEliminarNão posso confiar a ti nem um sonho?
ok...(:
Homens...........................