Trazia-te pela mão, como quem se orgulha de partilhar a felicidade no brilho de outros olhos. Dobrava contigo as esquinas da cidade na esperança de algum lugar onde pudéssemos descansar as mãos, ou apenas uma sombra onde te pudesse esconder. Tinha medo de te perder para outros desafios. Talvez porque o mar parece maior e nos chame baixinho para o conhecermos melhor. Mas eu nunca fui dessa imensidão líquida. Sempre fui de voltar, como as ondas. Mesmo na calmaria, mesmo nas tempestades. A cidade calava-se e ninguém dizia fosse o que fosse. As tuas mãos, amor. As tuas mãos. A tua casa, amor. O teu peito. Essa caixa onde prometeste guardar-me do mundo. Talvez porque o medo. Talvez porque o mundo. Talvez porque o amor. Talvez porque seja inevitável pensar no depois. O que fazer depois do amor? E tu guardavas as lágrimas dentro das mãos. Procuravas a sombra dos lugares frescos onde pudéssemos nos esconder e descansar um pouco . Mas tu nunca me largavas a mão.
Quis viver para sempre nos teus olhos. Ainda quero.
PedRodrigues
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