Não tinha aonde chegar,
até me aperceber que tinha de partir.
Partir, como o verbo de ir embora,
O chão por vezes também desaba.
Já te despenhaste do alto do amor?
Já te estilhaçaste em bocados insignificantes que demoram décadas até voltarem ao sítio? Nunca parecemos novamente inteiros, pois não? Parecemos (sempre) inevitavelmente quebrados.
Depois do amor
o silêncio demora as horas no relógio do telemóvel.
Será que o coração também se cansa de esperar?
Não há lugar que não seja este lugar?
Não há um botão para retroceder até onde fui feliz?
Devemos carregar às costas quem de nós desiste?
Quem de nós só queria um minuto?
Tudo o que é novidade, é-o por pouco tempo.
Já aprendeste a contar até mais tarde?
Nunca acreditei em prazos de validade no que
toca ao amor. Desconfio de quem conta as horas
pelos dedos das mãos.
PedRodrigues
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