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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

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O livro aberto numa página aleatória

Riscaste algumas frases, 
como quem marca
o terreno por onde passa
com medo de se perder
e não saber o caminho de volta
Ou talvez fosse apenas um apelo,
um pedido aos meus olhos
“estou aqui, vê se me encontras”
e eu vasculhava com atenção
como um detective privado
em busca da solução de um caso complicado

Entre as folhas o teu cheiro,
algumas lágrimas a esborratarem 
as palavras, e eu sem saber
o teu paradeiro.
Não sou um bom detective, amor
Deixaste-me as pistas,
mas eu não as consegui ler
Se puderes, segue as linhas
que riscaste. 

Prometo-te que ainda não virei a página.


PedRodrigues

1 comentário:

  1. Por vezes,não queremos virar a página...mas em alguns casos...rasgar é a melhor opção.
    Para que não haja a possibilidade de sentir saudades e voltar a ler.

    MJ

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