Passeio pelas ruas, assobiando
e exorcizando os pensamentos que me atormentam. Por todo o lado, o teu nome em
placas e néons que iluminam a noite
densa. Na meteorologia, previsões de aguaceiros fortes em todo o litoral. No
entanto, nem um pingo. Nada. O tempo é imprevisível. A vontade também. Saí de
casa na esperança de te dizer que acabou e agora tudo o que quero é abraçar-te.
A vontade é passageira, o amor não. O amor é uma montanha-russa: deixa-nos
sempre na expectativa de uma descida vertiginosa, durante a euforia da subida.
Há os que fecham os olhos com medo. E os que os abrem violentamente, viciados
na adrenalina. Não sei qual deles sou. Saí de casa a assobiar, decorando a
cidade com o teu nome e inventando novas formas de terminar a nossa viagem. Não
consegui. Estou à tua porta e começou a chover. Dás-me abrigo no teu abraço?
PedRodrigues