São as paragens que nos lixam. Se
o nosso coração parar de bater, morremos; se pararmos a meio de um
(Pausa para pensar se devemos
dizer, se realmente é o melhor caminho a seguir, se não devemos fugir a sete
pés e esquecer aquilo tudo)
...mo-te
Corremos o risco de não ser
levados a sério; se pararmos no sítio errado, à hora errada, podemos ser
atropelados – por um carro, ou um camião, ou uma mota, ou até mesmo a vida.
Parar é morrer - mesmo. São as paragens que nos lixam. É esta mania de travar a
todo o custo que nos racha por dentro. É esta sobrelotação de pensamentos e
sentimentos que nos deixa à beira do precipício. Parar para escutar o mundo.
Parar para olhar todas as paisagens que ficarão guardadas em nós. Parar para
sentir o ar a entrar lentamente nos pulmões. Parar por um segundo. Parar oito
horas para dormir.
Vivemos cerca de metade das nossas vidas parados.
Parar é morrer. Passamos metade
da nossa vida mortos. Morremos lentamente, mas temos sede de vida. Temos desejo
de aventura, mas paramos com medo do desconhecido. Paramos para pensar no
próximo passo – fazemos bem. Pensa primeiro, age depois. Age primeiro, pensa
depois. As possibilidades de errares são imensas.
Já pensaste nelas?
Não pares ao atravessar a rua.
Atravessa sem olhar. Não pares.
Não parei.
Foste atropelado. Estúpido. Por
que razão não paraste? Para. Avança. Tantas possibilidades. Tantos erros.
Beija-a. Diz-lhe que a amas.
E depois?
Deixa-te levar. Perde-te nela.
Perde-te com ela. A vida é uma chama a arder, não tenhas medo de te queimar. O
amor é uma chama a arder, não tenhas medo te queimar. Não deixes que a chama se
apague. Não tenhas medo. Estúpido. Palerma. Não tenhas medo. Procura-a até ao
fim do mundo.
E se ela continuar a fugir?
Continua a procurá-la. Amas, não amas?
Amo!
Não desistas. Não pares. Não te
percas em concepções ptolemaicas da realidade. Vive para ela. Não há horror
maior que o de ficar parado. Age. Vai ao fim do mundo e volta. Conta-lhe as
tuas histórias. Vês como ela sorri com as tuas histórias? É amor. Não tenhas
medo: expõe-te ao mundo. Sê a cobaia dessa doença: amor. Amar. Eu amo-te. Tu
amas-me. Eu amo-te de volta e tu amas-me de volta. Eu sei que me repito. Eu sei
que já disse isto, mas preciso de voltar a dizer. Não me permito ficar parado.
Não posso ficar parado. O meu coração não pode parar
Se ele parar, o que restará de mim para te amar?
PedRodrigues