Então percebi
que o amor nos surpreende. Percebi que amores à prova de bala podem ser feridos
mortalmente, olhares ingénuos podem começar amores épicos, guerras podem ser
desencadeadas por dilemas de amor. Foi então que dei conta que todos procuramos
algo em alguém. Projectamos as nossas dúvidas e inseguranças em quem nos dá a
mão. Depositamos confianças cegas na esperança de fintarmos a desilusão.
Procuramos quem nos entenda. Alguém que compreenda os nossos medos escondidos a
sete chaves. Alguém que nos oiça e nos ampare e nos diga que no final tudo
ficará bem. Foi então que compreendi que há mais lados num quadrado que aqueles
que nos ensinaram. Há mais cores num arco-íris que aquelas que julgamos ver. Há
mais tons de vermelho, amarelo e azul que aqueles com que pintamos a nossa
vida. E no fim contemplei todos os erros como vitórias. Pisei o chão e saboreei
o pó de todas as lutas passadas. Aprendi que o passado faz parte das minhas
fundações, mas o hoje, o agora, está nas minhas mãos. Há biliões de
decisões a tomar: algumas erradas, outras certas. A vida é feita de cada
segundo que passa. E cada segundo é uma decisão. Decido, então, ficar atento ao
que me rodeia e ao sufoco da incerteza do erro. Porque mais vale a desilusão do
agora, que a dor do depois. Custa menos a sarar, sem o dedo na ferida.
PedRodrigues
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