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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Isto não é uma carta de amor

Não te escrevo uma carta de amor porque as cartas de amor estão sobrevalorizadas. Escrevo-te um texto. Deixo-te o meu coração nesse texto. Deixo-te aquilo que tenho e não invento o que não tenho. Escrever, para mim, é um acto sagrado. É uma espécie de confissão – e as confissões devem ser sinceras. Deixo-me em cada palavra e espero que me encontres nessas mesmas palavras. Procura-me.
É estranho como os meus pensamentos teimam em girar na tua órbita. Não é estranho. Na verdade não é, nem um pouco, estranho. Gosto verdadeiramente de ti, e é por isso que te procuro quando não estás. Encontro-te e guardo-te, porque a minha memória fotográfica me permite que assim seja. Ficas comigo, mas imaginar-te não chega. Talvez por isso te escreva este texto – este pequeno texto. Porque necessito de te recordar que imaginar-te não me chega. Porque necessito de te recordar que espero ansiosamente o toque de veludo dos teus lábios, o calor do teu corpo, a textura da tua pele. Espero por ti. Se puderes, não demores. Se demorares, lembra-te de mim.

Até já.
Mesmo que demores,
Até já.


PedRodrigues

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Finais felizes (5)


Somos aquilo que o mundo convencionou como um final feliz. Somos a primeira pessoa do plural. Amamo-nos na bonança e não deixamos de nos amar na tempestade. Quando não estamos juntos, temos saudades. Tentamos diminuir a distância a todo o custo: conversamos horas ao telemóvel, trocamos fotos dos nossos dias, abusamos dos beijos virtuais e das juras de amor. Quando estamos juntos o mundo parece diluir-se à nossa volta. Somos felizes, porque a felicidade deve ser este sentimento de parecermos indestrutíveis, à prova de bala, de tempestade e de tudo. Ser feliz deve ser esta coisa de nos rirmos com o corpo todo. Deve ser o sorriso dela e o meu sorriso, ambos, misturados. Deve ser este gosto pelas pequenas coisas, pelos pequenos gestos, por tudo aquilo que parece trivial e banal e mundano. Deve ser
-Eu amo-te – estas palavras ditas com sinceridade e recebidas com sinceridade. Porque a felicidade é um sentimento sincero. É uma condição de ser e de estar sincero. É dizer
-És linda. – sem a necessidade de ouvir algo de volta. É saber que somos porque há palavras no silêncio. Saber partilhar o silêncio e saber conversar no silêncio. Amar de olhares fundidos num só. Aprender todos os dias, ou melhor: querer aprender todos os dias: cada expressão, cada gesto, cada palavra. Porque o amor obriga-nos a querer aprender com a pessoa amada.
-Achas que temos o que é preciso para sermos felizes?
(Silêncio)
-Tu és o que preciso para ser feliz.
(Sorriso)
-E quem me garante que amanhã não mudas de ideias? Quem me garante que daqui a alguns anos não sou o teu passado?
-Quem te garante que daqui a alguns anos não és o grande amor da minha vida?
São estas dúvidas que nos fazem continuar. São estas dúvidas que nos fazem querer acordar todos os dias ao lado um do outro e dizer baixinho
-Continuas a ser o amor da minha vida. – dizermos isto com a certeza absoluta de que as coisas são mesmo assim e que o contrário seria impossível. Porque na realidade ainda há finais felizes.
-Acreditas em finais felizes?
-Acredito. E tu?
-Digo-te e repito-te: és o meu final feliz.
Há finais felizes nos filmes, nos livros, nas músicas. Há aqueles que defendem que não há finais felizes porque entendem a expressão como uma contradição. Há os céticos, os snobes do amor, os filósofos das relações. Há toda uma cambada de artistas que nos fazem duvidar. É normal. Mas eu continuo o tolo que acredita em finais felizes. Ela fez-me acreditar nisso. Ela fez-me acreditar que, a cada entretanto que passamos juntos, vivemos um final feliz. E todos os dias lhe agradeço por isso.


PedRodrigues

terça-feira, 16 de julho de 2013

Finais felizes (4)


Agora que te tenho, que seria de mim sem ti? Tornaste-te nas minhas manhãs, nas minhas tardes, nas minhas noites. Tens-me, tenho-te, temo-nos.
-Obrigado. – dizia-lhe ao ouvido, enquanto as minhas mãos percorriam as costas dela. Sentia-lhe a pele arrepiada. Há suores que ficam guardados nas narinas. Cheiros que se incrustam na memória. O teu cheiro é esse cheiro eterno que vive nas minhas almofadas, nos meus lençóis, nas minhas camisas – que teimas em usar todas as manhãs. O teu batom é o batom que me suja os colarinhos. Não suja, porque o que é bom e nos faz bem não suja. Os teus lábios despidos de mim são uma tentação à escala mundial. Percorro-te o corpo e digo-te
-Obrigado. – porque é bom ter-te e sentir que me tens. Porque é óptimo amar-te e sentir-me amado. Porque aquilo que fazemos - o amor que fazemos – é poesia entre os corpos. Sentir o teu sangue a palpitar nas veias, os teus gemidos de prazer, a sofreguidão dos teus beijos. Amar-te antes, durante e depois. Ser o porto seguro onde a tua cabeça se atraca. O meu coração é esse porto seguro. Fica um pouco mais e deixa o mundo acontecer, sem nós, lá fora. Conta-me todos os teus segredos. Ou deixa-me contar-te todos os meus segredos. Guarda-os. Guarda-me. Deixa-me guardar-te.
-És tu. És mesmo tu.
-Não sabes como é bom ouvir isso.
-Fica comigo só mais um pouco. Fica comigo e diz-me que sou tudo para ti.
-És tudo para mim. És o meu final feliz, porque eu sempre acreditei em finais felizes. És a peça certa. És o final da busca. És linda, mas não és apenas linda: és o todo. – dizer-te isto desarmado e esperar pelo teu sorriso. E um sorriso teu é resposta suficiente. A sinceridade do teu sorriso é tudo o que posso pedir. Há gestos que nos definem. Tiques que não nos deixam mentir. Não há bluff no brilho dos teus olhos. Não há enganos no teu sorriso.
-Sentes como eu sinto que cada momento que passamos juntos parece eterno?
-Não acredito na eternidade. Mas acredito que um segundo de amor pode parecer uma vida – ou vice-versa. - beijou-me e calou-me. Por vezes precisamos destes pontos finais que escrevemos com os lábios. Precisamos que alguém marque o ritmo da composição. Ela é o meu ritmo. Ouviste? És o meu ritmo.
Agora que te tenho, que seria de mim sem ti? Pergunto-me repetidamente enquanto olho as curvas dos teus seios despidos. Pergunto-me e tento responder, mas há perguntas que não têm resposta. Há coisas que não fazem qualquer sentido. Imaginar-me sem ti é roçar o absurdo.
-Parece que te olho sempre pela primeira vez.
-Ainda bem. Enquanto assim for, estamos no caminho certo.
Só queria que vissem o sorriso dela. Só queria que vissem a sinceridade do sorriso dela.

(...)

PedRodrigues

sábado, 13 de julho de 2013

Finais felizes (3)

Dei por mim levado pela maré dos amores de Verão. Apaixonei-me dezenas de vezes. Descobri que, afinal, se nos permitirmos, podemos ser felizes. Descobri que a adrenalina da busca se torna num afrodisíaco poderoso. Apaixonei-me por todo o tipo de mulheres. Partilhei várias conversas de cabeceira. Expus os meus medos e ouvi os medos delas. Algumas vezes partilhávamos os mesmos medos. Alertavam-me que já não acreditavam no amor. Que tinham desistido de procurar o homem certo
-São todos uns cabrões. Desculpa, mas são. – eu ouvia atentamente e por vezes calava-me a olhar para lado nenhum. Outras vezes respondia
-Nós somos uma espécie de máquina de gerar insatisfação. Estamos errados, mesmo quando estamos certos. A meu ver, nem tu podes dizer que todos os homens são cabrões, nem eu posso dizer que todas as mulheres são um veneno. Há biliões de pessoas em todo o mundo, como é que podemos dizer que aquilo que conhecemos é uma regra? Não podemos. Eu acredito que a pessoa certa para mim está por aí e quando a encontrar o resto será só isso mesmo: o resto. Nós fomos formatados para encaixar em alguém. Tudo na vida se resume a um par. Pode parecer uma filosofia barata, mas é nisto que acredito. – algumas olhavam-me com desconfiança, como se soubesse realmente de algo que elas não sabiam. Não sabia, apenas acreditava e acredito no amor. Sempre tive quem olhasse de lado para mim por acreditar no romantismo como uma forma de vida, mas isso nunca me interessou. Era a minha forma de encarar a vida, a minha forma de estar cá e sentir que vale a pena estar cá.
Procurar. A nossa vida é uma procura constante: pelo amor, pela felicidade, pelo sentimento de plenitude, por algo, por alguém. Somos aquilo que procuramos. Somos o produto daquilo que procuramos. Somos poesia em forma de ossos e de carne e de confusão. Às vezes dou por mim à deriva – aliás, como agora. Dou por mim mais confusão que carne e que ossos. Porque é essa confusão que nos faz avançar. É essa confusão que nos faz procurar. E eu tenho procurado.
-Ela pode estar em qualquer lado. Quem me garante que já não esbarrámos um no outro? – dizia eu numa dessas noites de conversa com os amigos.
-Ninguém te pode garantir isso.
É esta a verdadeira piada da busca, da procura, da jornada: a incerteza. O não saber se chegámos à Índia, ou ao Brasil. Se há terra à vista, ou se estamos encalhados no meio do nada. É o não saber. É o sentir um par de olhos na nossa direcção. Sentir esses olhos nos nossos olhos: a lerem-nos a alma. Porque é esta a coisa engraçada dos olhos: lêem a alma. Entender nos lábios
-É giro. Vai falar com ele.
Sentirmos que somos o “ele” que os lábios gesticulam. Sentirmos e sermos. Olharmos para ela e pensarmos baixinho como que às escondidas de nós mesmos: “Vem falar comigo. Por favor, vem falar comigo.” Esperarmos no nosso canto, isolados dos nossos amigos. Ficar? Avançar? Que fazer? Deixarmo-nos envolver pelo momento e pelo tom moreno hipnotizante da pele. E cegos de razões, talvez fulminados pelo brilho avelã do olhar, seguirmos em frente – sem medo.
-Quem me garante que não és tu?
-Devo ser eu.
-Espero que sejas tu.
-É agora que me dizes que és o homem da minha vida?
-Não, é agora que te digo que és a mulher da minha.


 (...)

PedRodrigues

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Finais felizes (2)

Acordei com a sensação de tudo estar certo no mundo. Alinhei o meu coração com o relógio. Decidi verdadeiramente esquecer-me dela. Levantei-me com a certeza de a ter enterrado no passado. Guardei o que havia para guardar numa caixa: juras de amor, roupas, bijuteria, fotografias. Guardei o fantasma do amor passado numa caixa e jurei nunca mais a abrir. Jurei a mim mesmo, a pés juntos
-Aqui acabou o nosso amor. – e assim sendo, enterrei-a no fundo da despensa, junto do pó e das coisas que não têm valor. O mundo continuou a parecer-me certo. Na rua tudo continuava como dantes: pessoas, carros, árvores, calçada, mais pessoas, mais calçada, um gato vadio e todas as outras constantes que fazem parte de todas as ruas. Olhei o mar da janela - sim, conseguia ver o mar da minha janela. Respirei fundo: uma vez. Respirei fundo: novamente. Tudo estava certo no mundo. O meu coração batia em harmonia com as horas do relógio. Harmonia. Que saudades dessa sensação de tudo estar no seu devido lugar. Um dia julguei que, sem ela, o mundo deixaria de ser mundo. Felizmente estava errado.
Há os amigos e depois há elite dos melhores amigos: aqueles que estão quando estamos bem e que não desaparecem quando estamos mal. Aqueles que nos dizem
-Erraste. – quando pensamos que estamos a percorrer o caminho certo. Ou que simplesmente nos ouvem nos momentos de confusão. Porque por vezes é mesmo isso que precisamos: alguém que nos oiça. Alguém que alinhe nos nossos monólogos e acene com a cabeça. Todos os grandes amigos são excelentes ouvintes.
-Hoje enterrei-a no fundo da despensa. Ficou lá, junto das esfregonas e das coisas que não utilizo. Sei que não foi a ela que enterrei, mas sinto como se tivesse sido. Enterrei a memória dela, entendes? – ele entendia, claro, mas permanecia mudo, a ouvir-me. Eu continuava – Dediquei-lhe uma vida. Sete anos são uma vida, ou pelo menos pareceram uma vida. E segundo ela os amores desgastam-se com o tempo. Segundo ela: por muito que se goste de uma canção, passado algum tempo, fartamo-nos de a ouvir. – parei para respirar e beber um pouco do fino que transbordava de espuma à minha frente – Cansou-se de mim. Sou uma canção velha e repetitiva, já viste?
Acenou com a cabeça, brindou comigo e disse-me
-Lembras-te de uma vez te ter dito que andava a ler Robert Frost?
-Sim. O que tem?
-Uma das citações mais famosas dele diz o seguinte: “In three words I can sum up everything I’ve learned about life: it goes on.”
E realmente é verdade: a vida continua. Connosco: comigo, com ele, com ela, com todas as outras pessoas. Continua: com ou sem nós. Podemos continuar com a vida: todos, ou cada um por si. Não há como fugir a isto. A minha vida continua sem ela. Continua.
-Aquela rapariga está farta de olhar para ti… - dizia-me ele convidando-me ao desafio. Olhei-a. Vi-a. Era bela, ou a luz do sol reflectida nos cabelos dela tornava-a bela. Escondia os olhos atrás dos óculos e os dentes atrás dos lábios. Sorriu. Continuava bela. Naquele momento, entre o sorriso e a devolução do sorriso, senti um sorvedouro miudinho no estômago. Duas ou três incertezas: será que o sorriso era mesmo para mim? Que estará a pensar de mim? Como abordá-la? Tantas dúvidas e tão poucas certezas. Tanta coisa que nos escapa e que teimamos em tentar entender. Tanto medo de falhar. Tanto medo de não alcançar. Tanto medo de não corresponder.
-Confesso-te que estou destreinado.
-Não penses demasiado.
-Como é que isso se faz?
-Olhas para ela e deixas-te perder.
-E se não me encontrar?
-É bom sinal. – sorriu, como se guardasse todos os segredos do mundo nele. E como não acreditar em quem guarda todos os segredos do mundo? Respirei fundo, terminei o fino, levantei-me da cadeira e atirei-me ao desafio. Pensei para mim
-Que se lixe! Ninguém segue em frente sem dar o primeiro passo.

(...)

PedRodrigues


terça-feira, 9 de julho de 2013

Finais felizes (1)

Claro que depois de ti continuarei a ser. Claro. Embora me custe, embora me doa, embora tudo pareça estranho, confuso, dramático. Continuarei a ser: serei.
-Amar-te foi um passo que dei em vão. – disseste-me: alto e em bom som, para que as palavras entrassem e ficassem cá dentro. Para que não as esquecesse. Não as esqueço. Mesmo que as tivesses murmurado não as esqueceria. Dissemos muita merda um ao outro. Deixámos as coisas chegarem ao ponto em que não há retorno possível. Mutilámo-nos. Hoje estou para aqui aos bocados. Continuo a ver-te ocasionalmente – será que também me vês? Vejo-te e recordo-te como eras quando ainda estava contigo. Depois suspiro
-Sou um merdas… - porque no fundo devo mesmo ser. Vi-te partir e deixei-te ir na tua mão. Fiquei estático. Não me ocorria nenhuma deixa que te fizesse voltar. Não me ocorria nada a não ser o timbre do sangue a fervilhar nas veias. A vontade de desaparecer, ou de te fazer desaparecer. Ferveu-me o sangue até me aperceber que sem ti posso ser, mas não serei o mesmo. O amor tem destas coisas: entregamo-nos a alguém e esperamos que essa pessoa guarde o que lhe entregamos para sempre. Mas, para nosso azar, nada dura para sempre. Para meu azar nada dura mais que aquilo que deve durar.
Hoje continuo a ser. Vagueio pela cidade numa busca incansável por algo que me preencha. Algo, alguém, tudo, nada. Não entendo. Não me entendo. Procuro, encontro e durante o processo estou vazio. Colecciono números de telemóvel e conversas aleatórias. Deito-me a contemplar o tecto. Penso
-Será que um dia? – talvez um dia. Talvez um dia tudo volte ao normal. E que pensamento ridículo, sem pés nem cabeça: o que é o normal? Quem me garante que eras um ponto final? Quem me garante que depois de ti a história acaba? É como aquela coisa do “não me digas que o céu é o limite, quando há pegadas na lua”. Quem me garante que o normal não começou agora? Quem me garante que não foste a fase anormal da minha vida? Hoje estou vazio, é certo. Mas esse vazio é espaço suficiente para que alguém, um dia, me preencha. Vejo-me, neste momento, como uma oportunidade. Uma oportunidade de ser feliz e de fazer alguém feliz.
No telemóvel desdobro-me em encontros casuais com amores de ocasião. Nunca me senti tão mal nesta coisa da busca pelo amor perfeito. Para ser sincero falta-me o jeito de outros tempos. Falta-me a adrenalina de não entender o que quer que fosse. O desejo de partir em busca do desconhecido. Falta-me a juventude dos atos. Dediquei-te sete anos da minha vida. Durante esses sete anos foste o meu engate diário. Tentei reconquistar-te todos os dias. Tentei e julgo que consegui. Descobrir-te foi uma jornada. Entender-te foi uma aventura. Mas hoje tudo é tão diferente. Contigo sabia que pontos apertar. Entendia as tuas feições como se fossem uma equação simples. O tom rosado do teu sorriso em crescendo quando estavas feliz, os tiques nos olhos quando estavas irritada, a falha nas palavras quando estavas triste. Fui-te descobrindo e guardando os pormenores do teu jeito de ser até tudo se tornar simples. Reconquistar-te, todos os dias, tornou-se tão natural como respirar. Infelizmente, hoje, as coisas não são assim tão simples. Cada mulher é um desafio diferente. Cada uma tem as suas particularidades. Cada uma tem algo que a distingue de todas as outras. Era tão mais fácil que todas fossem como tu.
-Foda-se! – ainda bem que nenhuma é como tu. Não te vejo como um erro. Claro que não o és. Mas a verdade é que não gostaria de te repetir. A verdade é que foste aquilo que acabou. És o que ficou para trás. Preciso de um novo mundo. Preciso de uma nova aventura que me leve à loucura – saudável. Uma companheira de todo o tipo de crimes amorosos. Um ombro amigo, uma boca beijoqueira, uma tola – sim uma tola -, uma doida varrida – sim uma doida varrida – na cama. Preciso de alguém que me leve do oito ao oitenta em menos de um segundo. Alguém que me faça feliz: verdadeiramente feliz. Porque eu mereço. Porque, no fundo, eu mereço ser feliz. Mereço um romance. Mereço uma folga dos amores de bolso. Mereço ser como este sonho que de mim se aproxima. E mereço deixar-me dormir nesta hora. Porque amanhã começo a busca pela certeza do amor. A certeza, real, do amor.

(...)

PedRodrigues