Agora
que te tenho, que seria de mim sem ti? Tornaste-te nas minhas manhãs, nas
minhas tardes, nas minhas noites. Tens-me, tenho-te, temo-nos.
-Obrigado.
– dizia-lhe ao ouvido, enquanto as minhas mãos percorriam as costas dela.
Sentia-lhe a pele arrepiada. Há suores que ficam guardados nas narinas. Cheiros
que se incrustam na memória. O teu cheiro é esse cheiro eterno que vive nas
minhas almofadas, nos meus lençóis, nas minhas camisas – que teimas em usar
todas as manhãs. O teu batom é o batom que me suja os colarinhos. Não suja,
porque o que é bom e nos faz bem não suja. Os teus lábios despidos de mim são
uma tentação à escala mundial. Percorro-te o corpo e digo-te
-Obrigado.
– porque é bom ter-te e sentir que me tens. Porque é óptimo amar-te e sentir-me
amado. Porque aquilo que fazemos - o amor que fazemos – é poesia entre os
corpos. Sentir o teu sangue a palpitar nas veias, os teus gemidos de prazer, a
sofreguidão dos teus beijos. Amar-te antes, durante e depois. Ser o porto
seguro onde a tua cabeça se atraca. O meu coração é esse porto seguro. Fica um
pouco mais e deixa o mundo acontecer, sem nós, lá fora. Conta-me todos os teus
segredos. Ou deixa-me contar-te todos os meus segredos. Guarda-os. Guarda-me. Deixa-me guardar-te.
-És
tu. És mesmo tu.
-Não
sabes como é bom ouvir isso.
-Fica
comigo só mais um pouco. Fica comigo e diz-me que sou tudo para ti.
-És
tudo para mim. És o meu final feliz, porque eu sempre acreditei em finais
felizes. És a peça certa. És o final da busca. És linda, mas não és apenas
linda: és o todo. – dizer-te isto desarmado e esperar pelo teu sorriso. E um
sorriso teu é resposta suficiente. A sinceridade do teu sorriso é tudo o que
posso pedir. Há gestos que nos definem. Tiques que não nos deixam mentir. Não
há bluff no brilho dos teus olhos. Não há enganos no teu sorriso.
-Sentes
como eu sinto que cada momento que passamos juntos parece eterno?
-Não
acredito na eternidade. Mas acredito que um segundo de amor pode parecer uma
vida – ou vice-versa. - beijou-me e calou-me. Por vezes precisamos destes
pontos finais que escrevemos com os lábios. Precisamos que alguém marque o
ritmo da composição. Ela é o meu ritmo. Ouviste? És o meu ritmo.
Agora
que te tenho, que seria de mim sem ti? Pergunto-me repetidamente enquanto olho
as curvas dos teus seios despidos. Pergunto-me e tento responder, mas há
perguntas que não têm resposta. Há coisas que não fazem qualquer sentido. Imaginar-me
sem ti é roçar o absurdo.
-Parece
que te olho sempre pela primeira vez.
-Ainda
bem. Enquanto assim for, estamos no caminho certo.
Só
queria que vissem o sorriso dela. Só queria que vissem a sinceridade do sorriso
dela.
(...)
PedRodrigues
Lindo :)
ResponderEliminarAmo
ResponderEliminarAbsolutamente Fenomenal.
ResponderEliminarAdoro os seus "pensamentos". Perco-me inteiramenre nas suas palavras. Revejo-me em cada virgula.
Obrigado por nos presentear todos os dias. Obrigado por me fazer sorrir e chorar ao mesmo tempo. Não o conheço mas obrigado.
Cláudia
adoro de morte
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