Onde
andaste tu?
Onde
andas tu?
Para
onde vais?
Qual
é o motor que te move?
Falas
de tantas coisas. Escreves que te desunhas. Mordes os lábios quando o texto
teima em não se formar. Sofres. Sofres tanto.
Que
dor é essa?
Acreditas
no amor. Acreditas que o amor é a cura para todos os males. Amaste. Amas.
Continuarás a amar. Amas mesmo. Amas mais. Lutas até caíres e, quando cais,
teimas em levantar-te – sempre. Esmurras o chão, abres o peito, gritas. Gritas
até que a voz te falhe, e mesmo sem voz continuas a gritar – mudo. Ouves
baladas de amor durante as viagens de carro e de comboio. Olhas pelo vidro e
sonhas que o amor é fácil. Iludes-te. É normal. Todos nos iludimos uma vez por
outra. Todos sonhamos que os amores nascem nas árvores. Todos sonhamos que
podemos plantar o amor, regar o amor, ver o amor crescer. Todos sonhamos - e tu
tens tantos sonhos. Sonhas com mulheres. Sonhas com uma mulher no meio de
tantas mulheres. Mulheres de lábios vibrantes cor de sangue. Mulheres de olhos
hipnotizantes cor de safira. Mulheres de cabelos de seda. Tantas, tão belas.
Onde
andaste tu?
Onde
andas tu?
Para
onde vais?
Procura-te.
Encontra-te. Perde-te. Segue de cabeça erguida. Não olhes para trás. O que
passou, passou. Segue em frente. Não tenhas medo. Lembra-te: cada queda é uma
oportunidade para te levantares. Não tenhas vergonha: todos caímos.
Qual
é o motor que te move?
Dá o
teu melhor. Dá o teu pior. Dá-te. Ri mais, chora mais, crê mais, ama mais. Sê
mais. Deixa que te guiem. Deixa que te digam. Deixa que te oiçam. Permite-te
estar no mundo. Sê esse mundo. Sê o mundo de alguém. Permite que alguém seja o
teu mundo. Ninguém é especial sozinho – digo-te e repito-te. Somos aquilo que
nos permitimos ser. Somos aquilo que nos permitimos ser aos olhos dos outros.
Não acredites em olhos que mentem. Não acredites em bocas que falam sem saber.
Ouve-te primeiro. Ouve o teu coração primeiro. Nem sempre estamos certos – mas
nem sempre estamos errados. Ouve o teu coração. Ouve o coração dos outros. Há
tanta coisa que nos escapa. Tantas madrugadas líquidas que se dissipam com as
horas. Tantos dias de sol que nos passam despercebidos. Teimamos em deixar a
vida passar por nós. Embarca na vida. Não tenhas medo.
Para
onde vais?
Vai
para onde te leva o amor. Mesmo que esse amor te pareça estranho. Sabes, temos
toneladas de amor entre nós. E eu acabo por pensar que o problema é mesmo esse.
São estas paredes que construímos com todo esse excesso que acabam por nos
separar. O amor é esta coisa estranha. Em demasia pode matar e em escassez pode
levar à loucura. Mas, na quantidade certa, é capaz de te fazer mover montanhas.
Vai para onde te leva o amor.
Onde
andaste tu?
Atravessaste
o deserto onde te deixaram. Hoje estás mais maduro. Hoje estás mais feliz. Hoje
estás a caminho das estrelas.
Segue
em frente. Não olhes para trás.
Permite-te
Dá-te
Sê
Transforma-te
E,
quando olhares para dentro de ti, serás o melhor que podes ser.
Acredita!
PedRodrigues