Não sei se isto é uma carta de
amor, ou uma declaração de amor de algum género. Sei, porém, que te procuro
todos os dias, na ânsia de te dizer o que sinto - que não é pouco. Vejo as tuas
fotografias e atormenta-me não te falar, nada te dizer. Revolto-me com a minha
cobardia. És a minha revolução – acredita – e ainda não te conheço, pouco sei
sobre ti. Tenho vontade de te abraçar, de te dizer coisas que agora se
aparentam presas na minha garganta. Sou um tipo estranho, confesso. Ainda não
te conheço e já imagino cenários aleatórios contigo a meu lado. Num deles,
estás com uma coroa de flores no cabelo, a sorrir – como naquela foto, sabes? –
para mim. Era capaz de ficar horas parado a ver-te sorrir. Talvez seja mesmo
amor, quem sabe? Ainda não te conheço e já te amo. Deve ser difícil aceitar
isto, mas eu não cedo aos caprichos do socialmente correcto. Talvez te ame, não
tenho vergonha de o dizer. E talvez tu leias isto e questiones a minha sanidade
mental, mas eu tinha de o dizer. Porque amar-te em silêncio estava a deixar-me
louco. Nestas coisas do amor, não chega imaginar. Sonhamos acordados com o que
queremos que seja real. E a realidade, nua e crua, é que te quero ao meu lado a
partilhar um café nessas chávenas em forma de coração, enquanto eu te digo
coisas lamechas na esperança de um sorriso. Sim, esse sorriso, que me faz
sonhar acordado.
Quando entrares, fecha a porta.
PedRodrigues
Parece que esperamos todos o mesmo...
ResponderEliminarE será que vem? Já cá está, ou volta?