Não creio que a felicidade se
tenha esquecido de nós. Talvez seja uma questão de timing. Mais tarde, quem
sabe? A vida tem esta mania sádica de destruir o que é bom. Resta-nos a
persistência, o engenho, a calma. Podemos chorar – devemos chorar, ora essa –
esbracejar, espernear, berrar. Partir a loiça toda. Podemos passar noites em
branco a recordar o que era bom, o que nos unia. A indagar os porquês e a
procurar soluções. Sonhar um com o outro: o que podíamos ter sido. O que
podemos ser. Mas tu estás aí e eu estou aqui. Separados por quilómetros e
horas. Por espaço e tempo, que não encurtam com a nossa vontade. A vida é uma
merda. Eu sei e tu também sabes. É um campo de batalha e só quem luta acaba por
vencer. Deste lado eu vou lutando. Desse lado também lutas. Não te peço que
esperes por mim, assim como não me pedes que espere por ti. Há caminhos que
precisam de ser percorridos. Os caminhos são feitos por quem os caminha. Amar
significa deixar que o outro faça o seu caminho, mesmo que esse caminho não seja
o nosso. Sei que custa, mas o amor é um tipo fodido. Nada a que não estejamos
habituados. Somos uns guerreiros do caraças, não somos? Talvez tudo isto seja
apenas uma questão de timing. Ou um erro de julgamento dessa força dinâmica que
mete ordem no mundo. Há que ter paciência. Se tiver que ser, será.
Não creio que a felicidade se
tenha esquecido de nós.
Digo e repito.
PedRodrigues
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