Nem sempre o horizonte é uma
linha recta - pelo menos aqui. Noutro lugar, haverá outros horizontes. Talvez
sejam linhas rectas, ou não. Não sei. Conheço o horizonte deste lugar. Embora por
vezes ainda me surpreenda. Conheço o horizonte do meu lugar. Foi aqui que
nasci. Foi aqui que cresci. Foi aqui que dei o meu primeiro beijo. É aqui que
me perco. É por aqui que desespero, quando estou longe. Este é o meu lugar.
Diz-se que “casa é onde o coração está”. Não podiam estar mais certos. Vá para
onde for, a minha casa vai comigo. É por este horizonte que desespero – e ainda
cá estou. Tenho vontade de conhecer o mundo, tenho vontade de viver noutros
lugares, de conhecer e viver novas culturas. Mas este será sempre o meu
horizonte: um mar de prata imenso, que se desmancha freneticamente na areia.
Para onde quer que vá, levarei este cheiro comigo. O toque salgado das areias e
das algas deste mar. É bom partir, se tivermos para onde regressar. Tenho para
mim que a vida se perde numa circunferência: começa e acaba no mesmo ponto.
Tenhamos nós a sorte de acabar de a desenhar. Tenhamos nós a sorte de partir,
para regressar.
PedRodrigues
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