Amor,
Lembrei-me de ti no outro dia,
enquanto folheava um dos meus livros de física e o título “Entrelaçamento
Quântico” me fez parar um pouco, respirar, e perder-me em concepções românticas
de textos e frases. Segundo o que li, o entrelaçamento quântico é um fenómeno
da física quântica em que dois ou mais objectos estão de alguma forma tão
ligados que um não pode ser descrito sem que o outro seja mencionado. Pode
haver um universo a separar esses dois objectos, essas duas partículas, esses
dois bocados ínfimos de matéria, mas eles estão tão ligados que, as medidas
utilizadas num influenciam instantaneamente o outro. Algo deste género, quase
surreal.
Ao ler isto, vezes sem conta,
senti-te em mim. Senti-te nas minhas veias, a percorreres desenfreada o meu corpo.
E apesar de desafiar toda a lógica e toda a razão, acreditei que eras realmente
tu que vivias em mim. No início fomos partículas no vazio, interagindo e
movimentando-nos em uníssono. Fomos partículas até o universo explodir e os
sistemas evoluírem, cada um à sua maneira. Nós evoluímos com eles. E aqui
estamos, tempos após o início dos tempos. Matéria da mesma matéria. Carne da
mesma carne. Sangue do mesmo sangue. Não há razões para crermos que alguma vez
perdemos o nosso entrelaçamento quântico – ao que parece, isso é algo que não
se perde. Hoje, quando digo que me perco em ti, ou que te sinto perdida em mim,
quando te digo que te conheço desde o
início dos tempos, digo-to com razões para crer que assim o é. Que há algo,
para lá da própria lógica, que prova que estou certo.
Um dia fomos partículas a dançar
um tango no vazio. Há partes em mim, átomos que fazem parte de mim, que
continuam essa dança e te procuram, todos os dias, através do espaço e do
tempo.
Estamos juntos desde o início,
Estaremos juntos até ao fim.
PedRodrigues
O amor não é tácito, o amor não é uma palavra repetida vezes sem conta.
ResponderEliminarO amor dá-se e recebe-se em cada palavra, em cada atitude, na forma como se brinca…o amor faz-se sentir, constrói-se e destrói-se.