Da cidade ficam as imagens das
casas emparelhadas umas nas outras, formando um quadro de cores, ou uma espécie
de poesia urbana que se entranha por dentro. No rio bóiam barcos e recordações
de um país com pronúncia do norte. Há, neste espaço, uma simpatia palpável. As
pessoas são calorosas e olham-nos nos olhos, sem medo. A beleza da cidade do
Porto só é superada pelo calor humano das suas gentes. Gosto de pessoas assim,
sem medo de serem autênticas. Gosto de quem cumprimenta um desconhecido com um “bom
dia” e um sorriso genuíno. Sabe-me bem. Faz-me sentir em casa, mesmo estando a
centenas de quilómetros. É isso que me atrai no norte: as suas pessoas. Não só
a sua beleza. Porque as cidades não vivem de si, mas de quem nelas habita: são
feitas de gente. E as gentes do Porto são feitas de norte. Esse norte tão frio
que as torna tão calorosas. Há, realmente, um Porto onde se morre de amor. Uma cidade que se dissolve nos
corações de quem nela habita. E é transmitida e reproduzida fielmente em cada
canto, no sotaque carregado das conversas de rua. Ou nos gestos e na bondade
dos nortenhos. Há um Portugal suave, aqui. Um espaço onde sonhar é permitido.
PedRodrigues
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