Os
dias de chuva têm destas coisas: quando estamos sozinhos parecem-nos infinitamente
deprimentes, quando os partilhamos com alguém parecem a coisa mais romântica do
mundo. Talvez sejam mesmo a coisa mais romântica do mundo. Partilhar os dias de
chuva não é algo que se faça de ânimo leve. É preciso coragem, dedicação,
paciência, carinho, ternura. Tudo isto em doses industriais. Nunca em pequenas
quantidades. Atravessar tempestades – juntos – não é para todos. Deveria ser,
mas não é. Ainda me lembro desses dias em que a chuva fazia sentido. Hoje, nem
por isso. Hoje estou para aqui sozinho a recordar. Acho que acordei sem cor –
como o tempo. Faltam-me os abraços, os sorrisos, o calor. Há lá coisa mais
romântica que os dias de chuva partilhados com alguém que se ama? Há lá
silêncio mais reconfortante que o dos olhares partilhados ao ritmo de cada
pingo? Adoro e odeio estes dias de chuva. Adoro e odeio quando recordo outros
dias de chuva. Talvez por isso esteja para aqui a sorrir estupidamente enquanto
vou sentindo uma dor fininha no peito. Os dias de chuva têm destas coisas.
Hoje, são dias confusos. São dias de tempestades interiores. O
que vale é que depois da tempestade costuma vir a bonança. Quem me garante que amanhã não
será um dia de sol?
PedRodrigues
sem duvida...
ResponderEliminarIsto no insta, so para se partilhar era classe :)
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