E no meio do caderno recordações
de um amor passado. Juras de um “para sempre teu” e de um “para sempre tua”.
Palavras. Nada é para sempre. Agora a página termina. Não há mais linhas onde
escrever. Não há mais espaços onde marcar os sentimentos no papel. Agora
viramos a página. A história terminou. Fechamos o caderno. Até um dia o
voltarmos a abrir por acaso. Vai doer. Pode ser uma dor miudinha, quase sem
sentido, mas vai doer. É a dor da afirmação. Se o amor for verdadeiro, quando
terminar doerá. Esta é a prova que o amor existiu. Depois do fim, o amor dói.
Porque estas coisas têm a mania sádica de se perpetuarem por dentro. Vivemos do
avesso. Guardamos as mágoas e mostramos os sorrisos. Somos cadernos de capas
rijas, marcados com histórias de amores quase possíveis. Um dia alguém nos abrirá
e perder-se-á no meio das nossas histórias. Não se cansará de nos ler. Não terá
medo dos segredos que guardamos, nem das chagas que nos marcam. Um dia alguém
voltará a escrever nas nossas páginas. Com sorte, poder-se-á ler: “amo-te, aqui
mais ninguém escreverá”.
PedRodrigues
Assino por baixo...:)
ResponderEliminare será sempre assim; enquanto existir um coração e outro que seja da mesma assinatura, as palavras saberão sempre caminhar o seu caminho, até se encontrarem. Lindo!
ResponderEliminar